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ALÉM DE MIM, HAVIA UM POEMA QUE DIZIA DE QUASE TUDO. QUASE FALAVA DE AMOR, QUASE FALAVA DE ALEGRIA E ÍA, ENTREMEANDO FLORES QUE JAZIAM OPACAS NAQUELE JARDIM, ONDE O SOL NÃO BATIA, DE ONDE A CHUVA DESVIAVA E O VENTO SE ELEVAVA BEM ALTO. O POEMA, ESCRITO EM LETRAS DE MÉDICO, TENTAVA FALAR DE AMOR, DESEJAVA SER ALEGRE, E ÍA ESPERANDO CONSEGUIR REAVIVAR AS FLORES, FAZER CHOVER E INUNDAR DE SOL O DIA...MAS, ESTAVA ALÉM DE MIM, ALÉM, ALÉM... ONTEM, QUANDO DESPERTEI DE MADRUGADA POR TER SONHADO COM O SOPRO DE MEU ANJO, DESCOBRI OUTRAS PALAVRAS, ESCUTEI UM SOM INFINITO E, ENTÃO, REESCREVI O POEMA. NÃO VOU RECITÁ-LO, BASTA OLHAR DENTRO DE MEUS OLHOS E SORRIR COM MEU SORRISO, AGORA ABERTO, REAL, COMO AS FLORES QUE DESABROCHARAM ALÍ... VOCÊ VÊ? SIM, VÊ. O SOL RESPLANDECE O JARDIM, A CHUVA MOLHA DELICADAMENTE AS PÉTALAS, AS GOTAS SE SOLTAM POIS O VENTO BALANÇA TUDO.COMO EU, ANTES ALÉM DE MIM, HOJE DENTRO DO QUE SOU.

ESCRITO POR ADEMIR ESTEVES,AUTOR, ESCRITOR, DIRETOR, PROFESSOR E ATOR DE TEATRO